Anona: A grande anfitriã da Madeira

Para quem nunca provou a anona, podemos dizer que é uma verdadeira delícia tropical, apesar de não ter um físico muito apelativo como acontece com outros frutos, apresenta a cor da esperança (verde) que vai escurecendo à medida que avança o processo de amadurecimento.

A anona possui algumas parecenças com a alcachofra, podendo ser lisa ou escamosa. A sua polpa é branca, aveludada e doce. Há quem diga que o seu sabor é uma mistura de banana, abacaxi e morango enquanto que outros ainda acrescentam a manga, a papaia e o coco. Porém, a anona tem o seu gosto próprio que acaba por ser único e inconfundível, pelo que não merece comparação com outros frutos tropicais.

Em verdade, o aspeto geral da anona não é muito convidativo para o seu consumo, mas uma vez que experimente o seu sabor, certamente será uma experiência inesquecível, podendo mesmo elevar a anona para o seu Top 10 de frutos favoritos.

Originária da América do Sul mais propriamente dos vales das terras altas da Cordilheira dos Andes, encontrou na Madeira, excelentes condições climáticas que se aproximam da sua área geográfica de origem. 

Existem pelo menos 62 variedades de anona, havendo também diversidade na sua denominação: coração negro  (conhecida no Arquipélago dos Açores e da Madeira), fruta-do-conde, fruta-pinha ou graviola… Tudo nomes para denominar a anona.

Quanto à sua sazonalidade, podemos encontrá-la durante o primeiro semestre do ano, isto é, entre os meses de janeiro e junho.

Viagem ao mundo dos nutrimentos da anona.

Rica em água constitui uma excelente fonte hídrica. Podemos ainda encontrar as vitaminas C e B6, alguns minerais como o potássio, cobre e magnésio, que se fazem acompanhar por uma generosa quantidade de fibra.

Para além disso, destaca-se a presença de fitoquímicos: os flavonoides e as acetogeninas que possuem efeitos anti-inflamatórios e anti tumorais.

A anona foi a primeira fruta regional a receber o estatuto de Denominação de Origem Protegida (DOP) e é protagonista da festa que decorre no Faial, todos os anos.

Como conservá-la?

Na altura de comprar, procure optar pelas anonas que cedam ligeiramente ao toque, uma vez que as anonas duras são demasiado verdes e provavelmente secas. Se tiverem manchas castanhas ou negras não tem problema, são apenas defeitos epidérmicos provocados pelos ramos vizinhos na árvore. Mantenha-as à temperatura ambiente até amadurecerem, mas tenha em atenção que elas amadurecem muito depressa. Depois de maduras, pode mantê-las no frigorífico até dois dias.

Como consumir?

A anona é frequentemente consumida ao natural, para tal corte-a ao meio e retire as sementes. Pode ser usada em purés, gelados, bebidas e em sobremesas.

Tenha presente que a anona é um fruto único. Se nunca experimentou aproveite! Seja a anona ou não, o importante é que a fruta faça parte da sua alimentação que deverá ser a mais variada possível.